São João Damasceno foi um grande doutor na história da Igreja universal. Nasceu em 675, em Damasco (Síria), de uma rica família cristã. Ainda jovem assumiu o cargo – talvez ostentado também por seu pai – de responsável econômico do califado. Bem cedo, contudo, insatisfeito pela vida da corte, amadureceu a escolha monástica, entrando no mosteiro de São Sabas, perto de Jerusalém. Era por volta do ano 700.
Não se afastando nunca do mosteiro, dedicou-se com todas as forças à ascese e à atividade literária, sem desdenhar da atividade pastoral, da qual dão testemunho sobretudo suas numerosas homilias. Sua memória litúrgica se celebra em 4 de dezembro. O Papa Leão XIII o proclamou Doutor da Igreja universal em 1850.
Dele se recordam no Oriente, sobretudo, os três Discursos – “A fonte da ciência”, “A fé ortodoxa”, “Sacra paralela” e “Orações sobre as imagens sagradas” – contra quem calunia as imagens santas, que foram condenados, após sua morte, pelo Concílio iconoclasta de Hieria (754). Estes discursos, contudo, foram o principal motivo de sua reabilitação e canonização por parte dos Padres ortodoxos convocados no II Concílio de Niceia (787), sétimo ecumênico. Nestes textos é possível encontrar os primeiros intentos teológicos importantes de legitimação da veneração das imagens sagradas, unindo a estas o mistério da Encarnação do Filho de Deus no seio da Virgem Maria.
Por causa desta obra, “Orações sobre as imagens sagradas”, onde defende o culto das imagens nas igrejas, contra o conceito dos iconoclastas, João Damasceno foi muito perseguido e até preso pelos hereges. Até mesmo o califa foi induzido a acreditar que João Damasceno conspirava, junto com os cristãos, contra ele. Mandou prendê-lo a aplicar-lhe a lei muçulmana: sua mão direita foi decepada, para que não escrevesse mais.
Mas pela fé e devoção que dedicava à Virgem Maria tanto rezou que a Mãe recolocou a mão no lugar e ele ficou curado. E foram inúmeras orações, hinos, poesias e homilias que dedicou, especialmente, a Nossa Senhora. Através de sua obra teológica foi ele quem deu início à teologia mariana. Morreu no ano 749, segundo a tradição, no Mosteiro de São Sabas. Tão importante foi sua contribuição para a Igreja que o papa Leão XIII o proclamou doutor da Igreja e os críticos e teólogos o declararam “são Tomás do Oriente”. Sua celebração, no novo calendário litúrgico da Igreja, ocorre no dia 4 de dezembro.
A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Bernardo de Parma e Bárbara