Congregação Santíssimo Sacramento

Província Nossa Senhora de Guadalupe

Diário dos (A)braços – Dia do Abraço

Estimado Diário de todos os abraços, hoje é DIA INTERNACIONAL DO ABRAÇO, saudades de me encontrar em você e repousar nas suas folhas com minha escrita. Todas as vezes que eu necessitei de um abraço nesta pandemia, em minha solidão, você me abraçou com sua compaixão.

Sou um homem sedento de letras escritas, lidas, faladas, cantadas, declamadas e, às vezes, até embaladas com um abraço.

Hoje, despertei mais sensível à vida ao meu redor, deve ser porque hoje é dia do abraço. Folhas caindo das magnólias de frente da minha janela, com os primeiros raios do sol atravessando seus galhos… elas profetizam a beleza, a luz, dias melhores em um mundo pós-pandemia.

Mas, ao entardecer do dia, cobrindo a torre mais alta da Catedral da Boa Viagem, com sua cruz verde esperança, me fez sentir um misto de beleza e desconsolo sem fim. Ver pessoas da minha janela, na praça, me fez sentir uma alegria enorme que vem dos ventos futuros …

Ainda neste mesmo dia recebi algo que me faltava, uma pérola textual que pudesse fazer desabrochar em minha alma poeta um novo abraço. Ela chegou assim: “padre, tenho estado muito sensível nesse período. Talvez seja um pouco de medo do que possa acontecer com as pessoas queridas por não poder vê-las, tocá-las, abraçá-las, ter garantias de que não morrerão nesta pandemia. Vendo o que você tem escrito e compartilhado nas redes sociais em seu Diário de (A)braços… – meus olhos lacrimejam enquanto lhe escrevo. Novamente, meus olhos lacrimejam ao me lembrar de abraços que me consolaram até chegar nesta pandemia. Padre, fale de abraços que consolam”.

SENTI NESTE PEDIDO UM ABRAÇO!

Então, com esta mensagem recebida e este pedido daquele amigo sensível, percebi que meus pensamentos me levaram para um tipo de abraço muito especial que hoje compartilho com você: o abraço de consolo.

Esta espécie de abraço que hoje recebi em forma de palavras, vindas deste homem de alma suave e palavras cativantes é que eu desejo descrever nas cavas destas linhas, compartilhando com você que lê, este abraço, e sente a sua força chegar como um bálsamo consolador, inspirando-nos a irmos além do desassossego, da noite escura e deixar acolher de lá do futuro pós-pandemia as memórias dos abraços que daremos de consolo.

Porque,
Um abraço de consolo
É anúncio de bem-aventurança,
Recolhe na sagrada liturgia dos abraços todos os afetos.

Um abraço de consolo
Reúne os cacos deixados pela grande noite,
Faz libertar os braços cativos, levantando os caídos.

Um abraço de consolo
Nutre os afetos de quem estava disperso.
Envolve os que estão perto, lançando-os pra frente.

Um abraço de consolo
Alimenta a alma cativa,
Fazendo deixar para traz a dor, revigorando os abraçados no laço.

Um abraço de consolo
Leva-nos à rezar no laço, entre-braços,
A bem-aventurança dos que choram.

Um abraço de consolo
É sustento na fraqueza.
Recolhe na sagrada liturgia dos afetos os de coração abatido.

Um abraço de consolo
Dispensa a palavra dita.
Faz dizer a esquecida e espalhá-la ao seu redor.

Um abraço de consolo
É luz na escuridão e calor no frio.
Torna o deserto oásis e alimenta as almas ressequidas.

Um abraço de consolo
Dispensa força aos fracos e descanso aos que lutam.
Porque é pausa na labuta.

Um abraço de consolo
Revigora os mansos de c(oração),
Alimenta a or(ação) do abraço,
sustenta a força da ação, fazendo bater nela um c.o.r.a.ç.ã.o.

Meus leitores de abraços:
Recebam neste Projeto Pá……lavra(r) de hoje, neste (A)BRAÇO DE CONSOLO, algo que lhe renove as forças, os passos, os laços tornando-lhe uma ser humano melhor ao ser consolado.

Vá! Diga à alguém da saudade dos abraços que sente dele.

Seja a saudade dos laços de amizade, de família, de pertença, de comunidade.

Com este abraço de consolo:
Seja feliz!
Seja leve!
Seja simples!
Seja profundo!
Intenso!
Denso!
Alegre!
Vibrante!
Pois uma vida sem abraços é pobre, subnutrida de afetos.

Tudo isso, e muito mais, dentro deste abraço que vai embrulhado de palavras de consolo, até que venha o encontro do do primeiro abraço social em um futuro pós-pandemia.

À você, neste dia em que celebramos o dia Internacional dos abraços, meu abraço.

Pe. Marceso, SSS. 

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